
Material visual – Créditos: @axeladrianoss | @muvukart | @quebrafilmes
“SDD” é um projeto que une música e audiovisual para provocar reflexão. A faixa foi lançada meses antes, mas no dia 17 de julho de 2025 ganhou nova dimensão com o lançamento do material documental e do videoclipe. Contemplado no Edital de Chamamento Público nº 008/2023 da Secult Santos, via Lei Paulo Gustavo, o trabalho apresenta uma experiência dupla: um significado ao ouvir a música e outro ao assistir ao clipe.
Na música, o homem é firme, já virou a página, e é a mulher quem sente falta e busca retomar o contato. No clipe, a câmera vira para o outro lado, revelando a masculinidade frágil e o que muitas vezes se esconde por trás da figura “posturada”. Essa inversão cria um diálogo potente entre som e imagem, onde a narrativa visual não serve apenas para ilustrar, mas para aprofundar e até mesmo contrariar o que a letra sugere.










Do ponto de vista técnico, “SDD” se destaca pelo uso de metáforas visuais para transmitir conceitos emocionais. A simbologia da água, a sensação de aprisionamento e o ritmo da edição reforçam a ideia de pressão social para que homens reprimam seus sentimentos. É um clipe que vai além da estética: constrói uma narrativa que coloca o público diante da vulnerabilidade masculina, questionando normas culturais e propondo um RAP mais plural e sensível.
A visão do diretor:

Marcelo Pereira
“SDD” é uma música que fala de amor e desilusões. O RAP estruturalmente sempre foi machista e possui até hoje inúmeros estereótipos criados com o passar do tempo, a figura do rapper forte, de papo reto e sem tempo pra história triste. O conceito central do videoclipe vem na contramão disso, apresentando visualmente a história inversa da que é retratada sonoramente na música. Enquanto na música temos a figura ‘posturada’, de alguém que virou a página como se estivesse tudo bem com a situação e que a garota não havia superado e sempre ligava quando batia saudades, no videoclipe iremos retratar e debater um pouco sobre a masculinidade frágil, colocando o próprio artista na posição de vulnerabilidade e revelando isso como se a música fosse uma maneira de camuflar e esconder os seus sentimentos.
Como diretor, quis passar um pouco sobre esse sentimento reprimido, essa angústia que toma aquele cara que não consegue expressar seus sentimentos, que não se sente à vontade para falar sobre assuntos particulares e/ou delicados, que sempre dá um jeito de fugir de determinada questão e infelizmente passa por diversas situações pela insegurança de se expressar e colocar suas dores para fora. Aos 13/14 anos comecei a fazer RAP e foi nele que consegui dizer muita coisa que antes era um tabu. A partir daí, conheci o audiovisual que se tornou mais uma ferramenta para que eu conseguisse me comunicar com o mundo e expressar minhas ideias, coisas que dificilmente eu falaria verbalmente em uma conversa eu aprendi a dizer transformando em arte.
A partir da simbologia da água construímos esse clipe. Partindo da pressão que ela tem, simbolizando a pressão social caracterizado por frases como “o homem não chora”, “tá duro dorme”, simbolizando os sentimentos reprimidos nesse aquário em que o Sales se vê preso e que vai se desenvolvendo até o renascimento/superação e a busca por uma forma de manifestar aquelas emoções, que nesse caso é a partir da música, da poesia.
O projeto contou com uma première de estreia no dia 28 de junho no Cine ZN, em Santos (SP). A exibição do clipe foi seguida de uma roda de conversa com a equipe e um pocket show especial de OSales, Dre Vila, Memo Rap, Augusto Pakko, L4deira e Setedo2. A casa cheia, a emoção no ar e a troca real entre artistas e público transformaram a noite em um momento marcante para falar de saudade, afeto e masculinidade de forma verdadeira, com nossas vozes e do nosso jeito.










“SDD” nos lembra que a masculinidade frágil não é apenas um conceito teórico, mas uma realidade que atravessa a vida de muitos homens. É o peso de silenciar sentimentos, de vestir uma armadura que esconde dores e fragilidades, de se enquadrar em um modelo que sufoca a expressão genuína. Ao trazer essa vulnerabilidade para o centro da narrativa, o projeto rompe barreiras culturais e artísticas, abrindo espaço para que novas vozes e histórias sejam contadas com verdade.
No contexto do RAP nacional, “SDD” é mais do que uma música ou um clipe: é um marco de transformação estética e discursiva. É a prova de que o gênero pode ampliar seu horizonte, abraçar a complexidade humana e se reinventar sem perder sua essência.
Seja pela força poética da letra, pela potência das imagens ou pela honestidade com que aborda o tema, “SDD” convida o público a sentir, refletir e se reconhecer.
Assista e ouça o material completo abaixo e mergulhe nessa experiência.
O Clipe
“REC RESPONSA”
A música
Time de Produção
Produção @quebrafilmes
Direção @bymarcelopereira
Roteiro @bymarcelopereira | @gilucindo
Produção @raffaelfonseca
Dir. de Fotografia @thimotycardoso
Dir. de Arte @gilucindo
Stylist Praia @muvukart
Produção Executiva @bymarcelopereira | @raffaelfonseca
Ass. de Direção @gilucindo
Montagem e Finalização @bymarcelopereira
Color Grading @lucasmzz
Fotografia Still @axeladrianoss
Social Media @augustopakko | @l4deira
Planejamento Estratégico @l4deira
Trancistas @pretachefebb | Kelly Machado
Interpretação @sr.sales | @dre.vila
Composição @dre.vila
Produção Musical @setedo2